Fungos amazônicos têm potencial biotecnológico para uso na indústria, aponta estudo
Cássia Valente apresenta pôster sobre sua pesquisa realizada em Parintins (Foto: Cristiane Barbosa/Ag.FAPEAM)
Fungos encontrados em cascas de árvores amazônicas têm grande potencial de uso industrial em função das variedades de enzimas que produzem. Essa é uma das conclusões do estudo realizado no curso de Química da Universidade do Estado do Amazonas, em Parintins (a 424 quilômetros de Manaus), no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic), financiado pelo Governo do Estado via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
“A nossa Região Amazônica é detentora de uma imensa diversidade fúngica, na grande maioria das vezes ausente de informações sobre o seu potencial biotecnológico e, portanto, capaz de fornecer micro-organismos com potenciais variados aplicáveis na indústria”, afirmou a bolsista do Paic, Cássia Valente.
Sob a coordenação da doutora em Química e professora da UEA/Parintins, Milade Cordeiro, a pesquisa investigou os fungos existentes em cascas de três tipos de árvores com muita ocorrência no Estado: a cuúba, a massaranduba e o ipê. “Fizemos excursões fluviais na área urbana e rural de Parintins para a coleta das cascas. Na sequência, levamos para análise onde identificamos a presença da enzima tanase que pode ser amplamente utilizada na indústria biotecnológica e farmacêutica”, disse Valente.
Segundo ela, dentre esses potenciais encontra-se a biomassa fúngica que pode ser empregada na fabricação de alimentos e na biorremediação do solo contaminado com metais pesados. “Dessa maneira, o objetivo do projeto foi avaliar a influência de resíduos obtidos de três cascas de árvores amazônicas no crescimento e produção de biomassa fúngica em estado de fermentação sólida”, explicou a jovem pesquisadora.
O trabalho intitulado ‘Avaliação da Produção de Biomassa Fúngica em meio a suplementado com três cascas de madeiras amazônicas’ foi apresentado na sessão de Pôsteres da programação da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre na Universidade Federal de Goiás (UFG), até a sexta-feira, 15 de julho.
Premiada como melhor bolsista de Iniciação Científica dentre 80 bolsistas do Paic da UEA/Parintins, Valente pretende dar continuidade à vida acadêmica e já se prepara para ingressar no mestrado. “O apoio da FAPEAM me proporcionou um avanço muito grande nas minhas perspectivas acadêmicas, impulsionando meus conhecimentos. No mestrado, pretendo ampliar essa pesquisa e contribuir para o desenvolvimento científico do Estado e do País”, frisou.
Sobre a SBPC
A 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre desde a segunda-feira, 10 de julho, e prossegue até a sexta-feira, 15 de julho, na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia, tem como tema central ‘Cerrado: água, alimento e energia’. Trata-se de um dos maiores eventos científicos do País.
Realizada desde 1948, com a participação de autoridades, gestores do sistema nacional de Ciência e Tecnologia (C&T) e representantes de sociedades científicas, a Reunião é um importante meio de difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas do conhecimento no País e um fórum de debate de políticas públicas em C&T.
Cristiane Barbosa - Agência FAPEAM