outubro 24th, 2009


Na doutrina da responsabilidade social, segundo Antônio C. Amaru Maximiano, as organizações são instituições que usam recursos da sociedade, logo tem responsabilidades com a mesma, gerando valores, por exemplo. No entanto outra visão doutrinaria está sujeita a perspectiva do interesse do acionista, que visa apenas maximizar o seu próprio lucro, afirmando que a responsabilidade de melhorar a sociedade é do governo e dos cidadãos.

Deve ser de comum conhecimento para todo administrador três temas relacionados ao ambiente. O primeiro é acerca do desenvolvimento sustentável que insere a idéia de um desenvolvimento que atende às necessidades econômicas e sociais presentes, e preservar essas mesmas necessidades para gerações futuras. Segundo, a legislação ambiental prevista na Lei n° 6.938 da CF/88, que é o direito de todos terem o meio ambiente ecologicamente equilibrado, e para que isso ocorra é de fundamental importância a colaboração principalmente das grandes indústrias. O último tema seria a respeito da auditoria ambiental, que é o processo sistemático e periódico de avaliar as relações da organização com o meio ambiente.

O administrador que consegue compreender a importância desses três temas está num estágio de desenvolvimento moral pós-convencional, que defende a idéia de ética orientada pelo idealismo moral. Além desse tipo de estágio existem outros dois, o mais arcaico denominado de pré-convencional, que defende a idéia de apenas um deve “levar vantagem em tudo”, e ainda, o convencional, que apenas mantém um comportamento para ser bem visto diante da sociedade. No entanto, não se pode falar em desenvolvimento moral, sem se falar em ética, que segundo Maximiano, é a disciplina que trata da avaliação do comportamento das organizações, visto que é ela a responsável pela avaliação de tal desenvolvimento, em outras palavras, pela construção de valores da organização.

Logo, segundo o parágrafo anterior, fica bastante nítido, o conceito de ética a ser aplicada no mundo administrativo, e toda sua abrangência na área de responsabilidade social. Contudo, ainda existem os “adeptos” da perspectiva do interesse apenas do acionista, que visam apenas a maximização de seus próprios lucros, depositando toda a responsabilidade de melhorar a sociedade nas mãos do governo e do próprio cidadão. Esses estariam, no estágio pré-convencional ou na melhor das hipóteses, no estágio convencional, que visam manter a aparência perante a sociedade como uma estratégia de marketing, visto que cada vez mais os consumidores atentam para o lado social das organizações. No entanto, segundo alguns autores, responsabilidade social não é apenas usar papel reciclado ou patrocinar uma ONG para gerar boa impressão no consumidor, é mais do que isso, é respeitar a sociedade, por exemplo não produzindo produtos cancerígenos.

Assim, a responsabilidade social deve ser desenvolvida atendendo as reais necessidades das pessoas, sem comprometer o atendimento das mesmas para as gerações futuras. E para Amaru Maximiano, as organizações devem pautar suas ações nessa área no estilo do estágio pós-convencional, que defende a veracidade ao atuar nas áreas sociais, buscando para a organização certas responsabilidades quanto as necessidades sociais, visto que o governo não cumpre seu papel na íntegra, e é sugerido que sejam feitas parcerias entre o setor privado e o terceiro setor, objetivando alcançar certas melhorias para a sociedade como um todo, caminhando assim no sentido da visão sistêmica em que o todo é maior que a soma das partes. Em outras palavras, gerar a percepção que a organização está inserida na sociedade e não extrínseca a ela.

AUTOR: Leandro Trigueiro Fernandes

REFERENCIAL TEÓRICO

MAXIMIANO, Antônio C. Amaru. Introdução à Administração. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2007. Capítulo 19. Ética, Responsabilidade Social e Ambiente, p. 371-88.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/responsabilidade_social_a_otica_que_o_administrador_deve_possuir/34300/