Questão Moral x Questão Econômica

23 de dezembro de 2009 às 11:42

A Questão Moral X Questão Econômica

Estas duas questões configuram expressivamente a perplexidade do homem moderno no mundo do trabalho e na vida em sociedade.

A questão moral expressa a resposta objetiva de comportamentos e atitudes em relação “ao que devo fazer”, às minhas opções éticas e idiossincrasias pessoais, ou seja, às maneiras de pensar, ver e reagir próprias de cada pessoa.
É a dimensão normativa, relacionada aos valores, às crenças, à mentalidade e ao caráter. Trata do que “eu sou”, indivíduo como pessoa.

Já a questão econômica se relaciona “ao que posso possuir”, ao que tenho para desfrutar, poupar e consumir.

Ninguém escapa desse círculo de circunstâncias da moral e do mercado. Participamos dele cotidianamente, daí porque não cessamos de nos indagar sobre sua legitimidade e moralidade, sobre o justo e o injusto, sobre o ético e o aético, sobre o peso de suas humanidades e desumanidades.

O mundo das organizações é cada vez mais sensível a essa dicotomia – moral x econômico. O bem, no sentido moral, nem sempre se coaduna aos bens, no sentido econômico.
O que fazer para compatibilizá-los? Que ações objetivas devem ser empreendidas pelas organizações na busca desse propósito?
A resposta tem sido o foco crescente na responsabilidade social, no desenvolvimento sustentável, na ética empresarial, na empresa-cidadã, no respeito ao cliente.

Não há dúvidas de que a questão moral está na crista das ondas.
É tema de preocupação de quaisquer fóruns de discussão, de crescente atualidade na imprensa em geral, no mundo acadêmico, nas lides políticas e classistas, na realidade empresarial.

Será que os jovens de hoje, da geração 1980-2000, constituem uma nova geração – a geração moral – diferente de 1960-1970, eminentemente mobilizada pela utopia política?
Para a geração dos “Anos Dourados”, a geração do movimento estudantil de 68, a utopia política fazia às vezes da moral.
Para a geração atual, que ingressa mo mercado de trabalho, a moral substitui a política?

Enfim, a questão moral se instalou no cerne dos debates.
Tornou-se o tema da moda. E o tema da moda tanto se valoriza que se transforma em virtude. No entanto, no mais das vezes, a virtude na moda costuma resvalar para a hipocrisia.

Será mesmo que as empresas, entes essencialmente econômicos, transformam-se, pouco a pouco, em organizações morais? Será que, efetivamente, exercitam a aristocracia da virtude quando propugnam pelo desempenho de programas de responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e empresa-cidadã ?

Estamos no limiar de um novo tempo de respeito ao próximo ou vivenciamos a hipocrisia do superficialismo humanista?

wagners@attglobal.net
www.wagnersiqueira.com.br

http://www.administradores.com.br/artigos/questao_moral_x_questao_economica/37113/

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