Tratamento de patologias empresariais via treinamento

A grande possibilidade de soluções para os problemas organizacionais exigem o conhecimento mais específico sobre a utilidade de algumas prescrições para determinadas patologias manifestadas por uma empresa. Vale lembrar, que um bom diagnóstico é um elemento indispensável para que seja indicado o remédio adequado ao problema correto.

Muitas vezes a desvalorização injusta do treinamento por alguns profissionais ou organizações decorre da aplicação indevida desta atividade. É um equívoco imenso realizar treinamentos somente para consumir um orçamento e evitar que a verba seja cortada no próximo ano. Além disso, usar o treinamento como instrumento de poder é outro tiro no pé. Algo ainda muito comum nas empresas que usam a concessão de treinamento para “premiar” o funcionário bonzinho e punem o “rebelde” não lhe concedendo nenhuma oportunidade de capacitação.

Quando se diz que uma empresa deve ter cautela com os investimentos em educação corporativa isso não significa que ela deverá reduzir o investimento, mas sim fazê-lo da forma mais racional possível compreendendo o que pode efetivamente ser resolvido ou não pelo treinamento. Milione (2004) aponta as situações que não são passíveis de solução através do treinamento:

1. Comportamentos não manifestados por falta de orientação ao indivíduo
2. Falta de condições materiais para manifestação de comportamentos
3. Falta de condições psicológicas e emocionais para a manifestação do comportamento
4. Quando pressões internas impedem a manifestação do comportamento
5. Quando problemas pessoais impedem a manifestação do comportamento
6. Quando crises motivacionais impedem a manifestação do comportamento

Por outro lado, Ferreira (1989) orienta sobre os problemas que podem gerar necessidades de treinamento:

1. Reclamações do consumidor
2. Demoras causadas por erro de produção
3. Tempo excessivo para complementar serviços e ordens
4. Baixa produção
5. Faltas excessivas
6. Número exagerado de pedidos de licença
7. Alto “turnover”, especialmente durante os 6 primeiros meses de admissão
8. Altos índices de acidentes de trabalho
9. Altos custos de manutenção de equipamentos
10. Freqüentes “engarrafamentos” na linha de produção
11. Excesso de burocracia
12. Erros decorrentes de instruções mal interpretadas pelo executante
13. Subordinados recebendo ordens de mais de uma pessoa
14. Comunicação deficiente nos vários níveis organizacionais
15. Desconhecimento de normas de segurança do trabalho
16. Falha em observar normas e equipamentos de segurança do trabalho
17. Negligenciamento de pequenos acidentes de trabalho
18. Local de trabalho desarrumado
19. Desconhecimento das normas da empresa e/ou departamento
20. Informação inadequada sobre a empresa e suas políticas
21. Má utilização e danificação de ferramentas/equipamentos
22. Dificuldade dos empregados em executar novas tarefas ou manusear novos equipamentos
23. Empregados recém-admitidos que custam a dominar a execução de suas tarefas
24. Baixa flexibilidade da força de trabalho
25. Altos índices de desperdícios e trabalhos que necessitam ser refeitos

Para o autor, geralmente esses problemas se originam de processos de seleção e treinamento mal orientados, ou pela falta de abordagem sistemática de ambos.

Ainda, de acordo com Chiavenato (2002), as patologias oriundas de necessidades de treinamento não atendidas são os indicadores a posteriori relacionados com a produção ou com o pessoal. São eles:

Problemas de produção:
1. Qualidade inadequada da produção
2. Baixa produtividade
3. Avarias freqüentes em equipamentos e instalações
4. Comunicações defeituosas
5. Tempo de aprendizagem e integração ao cargo muito prolongado
6. Despesas excessivas na manutenção de máquinas e equipamentos
7. Excesso de erros e desperdícios
8. Elevado número de acidentes
9. Pouca versatilidade dos empregados
10. Mau aproveitamento do espaço disponível

Problemas de pessoal:
1. Relações deficientes entre o pessoal
2. Número excessivo de queixas
3. Pouco ou nenhum interesse pelo trabalho
4. Falta de cooperação
5. Faltas e substituições em demasia
6. Dificuldades na obtenção de bons elementos
7. Tendência a atribuir falhas aos outros
8. Erros na execução de ordens

Como podemos notar, não é somente o uso ou a aplicação de um remédio que garante a solução de um problema. Um bom diagnóstico é fundamental, assim como o conhecimento de situações que são passíveis ou não de intervenção. Compreender o problema real, aplicar o treinamento correto, de forma adequada e com avaliação sistemática. Isto é que é essencial para o tratamento de patologias empresariais via treinamento.

Referências:
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 507 e 508

FERREIRA, Ernando Monteiro. Manual de levantamento de necessidades de treinamento. Rio de Janeiro: CNI/DAMPI, 1989. p. 49

MILIONE, B. Gestão de treinamento por resultados. São Paulo: Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, 2004. p. 67 a 70
http://www.administradores.com.br/artigos/tratamento_de_patologias_empresariais_via_treinamento/33515/

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