Todos nós começamos a vida com uma curiosidade insaciável como a de Da Vinci. Mas, aprendemos em casa e, principalmente ao chegar a Escola que respostas são mais importantes que perguntas. As escolas não aprenderam a desenvolver a curiosidade, o gosto pela dúvida, pelo ambíguo. Nem ela, nem as autor

Por Mauro Nunes

"A obra "Aprenda a Pensar com Leonardo Da Vinci" - não deixe de ler - aguça seus sentidos, libera sua inteligência e harmoniza o corpo com a mente, a sua inspiração e intuição. Tudo feito através de um estudo intensivo de um homem e seus métodos de contemplar o mundo"

Refletindo sobre os caminhos que caminhei como profissional avalio hoje que ao longo das estradas percorridas sempre estive acompanhado de uma branda e árdua curiosidade que sistematicamente me incitava ao auto-aprendizado e ao auto-conhecimento. Hoje me veio à memória um livro de memórias escrito sobre um dos maiores gênios da humanidade, Leonardo Da Vinci (1452 - 1519).

Comprovadamente o único no mundo e em todos os tempos a quem se atribui à capacidade de múltiplas inteligências. O autor, Michael Gelb, emérito consultor em otimização de potencial humano, escreveu tomando Da Vinci como inspiração para induzir-nos ao descobrimento de uma maneira estimulante e original de desenvolver eficazes estratégias para pensar criativamente.

Todos nós começamos a vida com uma curiosidade insaciável como a de Da Vinci. Mas, aprendemos em casa e, principalmente ao chegar a Escola que respostas são mais importantes que perguntas. As escolas não aprenderam a desenvolver a curiosidade, o gosto pela dúvida, pelo ambíguo. Nem ela, nem as autoridades - pai, mãe, tios, professores - que passam por nossas vidas compreenderam o valor de estimular a capacidade de fazer perguntas.

Ao contrario, a capacidade de pensar é premiada quando "a resposta certa" é oferecida. A resposta exigida é aquela endossada pela autoridade, pais, professores, tios e outras que passaram e continuam passando em nossas vidas.

Lamentavelmente esta atitude é largamente encontradiça também nos cursos de pós-graduação das Universidades, principalmente quando o professor é o autor do texto exposto e se considera a autoridade impecável e máxima no tema tratado.

Numa importante pesquisa feita em uma Universidade, conceituada como de alto nível, os alunos que se distinguiram com o "summa cum lauda" foram submetidos às mesmas provas um mês depois de se graduarem e foram reprovados.

Sobre o fato comprovado o pesquisador Leslie Hart resumiu assim os resultados do estudo feito: "Os exames finais são finais mesmo!". Não houve contestações! A educação que agrada a autoridade é aquela que reprime o questionamento e incita a aplicação de regras. Que podem até servir para formar trabalhadores para a linha de montagem e burocratas. Mas, nenhuma contribuição pode oferecer para um novo Renascimento do ensino.

O Michael Gelb relata versáteis vivências no processo de aprendizado de Leonardo. E conclui que a sua educação nasce de uma perspectiva eminentemente pratica, gerada por sua natural curiosidade de observar o mundo e a vida com outros olhos.

Hoje ainda é extremamente questionável o aprendizado a partir da assimilação de informações sacadas de livros, professores e ambientes acadêmicos. Mesmo nos cursos em nível de doutorado.

Curiosamente o tema continua sendo professoralmente instigado. Muitas vezes sem se levar em conta à atualíssima revolução da informação, onde as mudanças de cenários, como se observa, acontecem de forma progressivamente acelerada.

Mesmo assim continua a insistência acadêmica que os conhecimentos pretensamente apreendidos nos bancos universitários e em cursos de doutorado têm serventia na vida, como se validade tivessem, na pratica.

Esqueçam a teoria e desenvolvam um método para afiar sua curiosidade sobre o mundo, a vida e o que ela representa para você. Arquive as autoridades que passaram em sua vida e dominaram seus conhecimentos.

Desperte e crie o seu mundo! Com vivacidade e veemência busque métodos para instigar sua curiosidade. Você verá o seu mundo e sua vida com outros olhos.

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