Ano novo, emprego novo?

30 de janeiro de 2010 às 00:09
Por Teresa Gama - www.administradores.com.br


O ano novo chegou e, com ele, uma série de novas expectativas para a vida pessoal e a carreira. Nessa época do ano, estamos mais abertos a mudanças e melhorias, principalmente no plano profissional. Nem sempre estamos 100% satisfeitos o tempo todo. No entanto, antes de trocar de emprego na primeira oportunidade, é preciso fazer uma avaliação cuidadosa.

Os fatores que precisam ser observados antes da decisão pela mudança na carreira são inúmeros. Inicialmente, aspectos como o salário, os benefícios e a localização da empresa são muito analisados pela maioria dos profissionais, mas também é fundamental avaliar se a cultura, os valores e a política praticada pela empresa são condizentes com a sua visão profissional. As atividades a serem desenvolvidas também devem ser avaliadas, assim como as perspectivas de aprendizado e de carreira.

Muitas vezes, uma oportunidade imperdível pode transformar-se em um castelo de areia quando se descobre que os valores da empresa e da equipe não são os mesmos que os nossos. Nesse caso, a mudança de emprego apenas aumenta a insatisfação profissional e pessoal, já que a carreira tem um impacto extremamente importante na qualidade de vida, nos momentos de lazer e nos planos para o futuro.

Em outros casos, a troca de emprego pode se mostrar extremamente vantajosa, como quando conseguimos migrar para uma área ou uma empresa que desejamos muito. Entre as vantagens de um cargo novo, estão os novos desafios, as atribuições e os aprendizados. Um profissional com passagem por boas empresas é bastante valorizado no mercado, principalmente quando consegue aliar experiências diferenciadas, a um grande potencial e competências pessoais.

A opção por um novo emprego precisa ser sempre avaliada cuidadosamente, para que não se torne constante e sem planejamento na vida profissional. Hoje em dia, é comum encontrarmos profissionais que permaneçam menos tempo nas organizações, quando comparados com profissionais de outras épocas. Antigamente, era comum os profissionais desejarem completar 20 ou 30 anos na mesma empresa, o que raramente acontece hoje. Por outro lado, aqueles que trocam excessivamente de empresa também podem não ser bem vistos.

É importante lembrar que para se absorver a cultura de uma empresa é necessário, pelo menos, de seis meses a um ano. Percebemos que há pessoas que acabam sendo "impacientes demais" e, na primeira ou segunda contrariedade, se desmotivam e começam a buscar outras oportunidades, esquecendo-se que faz parte do dia a dia enfrentar adversidades e buscar soluções. Com certeza, um profissional sempre sai mais maduro e preparado depois de resolver um problema!

É claro que muitas vezes a mudança de emprego não é motivada apenas por fatores de insatisfação pessoal ou busca por novos desafios. Em períodos de eventuais oscilações ou crises do mercado, como a que ocorreu no final de 2008, muitas empresas desligam parte de seus profissionais. Também, a pressão por resultados, atualmente, é muito maior e não se espera o mesmo tempo que antigamente para o profissional atingir as metas e objetivos esperados.

Hoje, as empresas tendem a investir em treinamentos mais enxutos e que realmente tragam resultados rapidamente. Por exemplo: há alguns anos, havia programas de trainees que previam cerca de dois anos para a formação do profissional, antes de ele assumir uma posição efetiva na empresa. Hoje em dia, esses programas são muito mais curtos, com média de seis meses a um ano entre parte teórica e treinamento "on the job", e o profissional já é envolvido em projetos nos quais tem que apresentar resultados.

Já por outro lado, existem várias pesquisas que apontam que os jovens das gerações X e Y buscam hoje desafios e oportunidades de desenvolvimento, procurando observar as condições para uma boa qualidade de vida. Quando não encontram tais condições e possibilidades e, eventualmente, sentem-se subaproveitados ou pouco desafiados, buscam outras oportunidades no mercado.

As empresas, no entanto, também podem fazer a sua parte ao desenvolver programas de retenção de talentos, para cativar e motivar seus profissionais, na tentativa de manter aqueles que "vestem a camisa". Sem dúvida, oferecer um ambiente que propicie um clima agradável, faz muita diferença. Além disso, é importante proporcionar a possibilidade de uma aprendizagem contínua, em que o profissional possa perceber que está contribuindo efetivamente para os resultados da empresa. Oportunidades de carreira também são essenciais.

Concluindo, a mudança de emprego pode ser muito vantajosa ou, dependendo do contexto, ser precipitada. Cabe a cada profissional avaliar suas expectativas e ter visão de futuro, para saber reconhecer as boas escolhas no momento oportuno. As mudanças de emprego podem ser bem-vindas no mercado, desde que acompanhadas por bom senso e planejamento.

*Teresa Gama é diretora da Projeto RH

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