Problemas pessoais devem ser levados para a mesa do chefe?

Os problemas pessoais interferem no dia a dia do profissional. Será que devem ou não ser leados para a mesa do chefe?

Por Julio Sergio Cardozo

Conheço uma diretora - para preservar sua identidade a chamarei aqui de Claudia - que nunca foi exemplo de organização. Há tempos deixara de saber o que era cheque especial, mal o dinheiro do salário caía na conta o banco engolia, seus inúmeros cartões de crédito viviam no limite já que só podia pagar o valor mínimo da fatura (com o risco de nem poder usá-lo mais), não conseguia comprar nada a prazo por ter o nome sujo no SPC, acumulava mensalidades atrasadas da escola do filho e a cada cinco telefonemas que recebia, cinco eram de bancos e financeiras cobrando as dívidas em atraso.

Ela chegou, inclusive, a não ter dinheiro para os gastos fixos e começou a pedir dinheiro emprestado aos colegas. Até que seis meses atrás, após toda essa roda-viva, eis que uma luz surgiu no fim do túnel. Seu chefe a chamou na sala e perguntou: "Claudia, algo está acontecendo com você? Percebi que seu rendimento caiu pela metade e como a considero um talento indispensável, gostaria de colocar a empresa à sua disposição para ajudá-la".

Reluta daqui, reluta dali, até que percebeu que tinha a chance de não só dividir o problema como evitar uma demissão. Ali estava o momento de reverter a situação caótica em que se encontrava e evitar perder o emprego. O RH da empresa mapeou suas dívidas, fez as negociações necessárias e até contratou um consultor de finanças pessoais para que, a partir daquele momento, Claudia aprendesse a controlar seus gastos, por meio de uma planilha.

Não tem jeito, problemas pessoais interferem no dia a dia do profissional. Se você está se separando da esposa, tem algum filho que vai mal na escola e está sendo chamado para conversar com a direção ou se enfiou em dívidas e mais dívidas, certamente sua cabeça estará bem longe das metas que terá de cumprir no final do mês. Em muitos casos, o problema que parecia não chamar a atenção, vem à tona, começa a transbordar e a dúvida que paira no ar é: "Devo ou não abrir o jogo com meu chefe ou com o RH?"

Em princípio, a minha resposta é não. A relação profissional tem uma liturgia, em que assuntos de natureza estritamente pessoal não são bem vindos. Mas há exceções. Quando o problema é sério demais para ser enfrentado sozinho e a pessoa acha que pode prejudicar seu desempenho, deve procurar, dentro da empresa, canais próprios. Algumas organizações contam até com 0800 para ajudar nessa tarefa.

Tudo vai depender de cada chefe. Por isso, vale a pena fazer uma rápida avaliação de como seu chefe trata desse tipo de assunto. Muito cuidado se você já o abordou antes para não ser carimbado como uma pessoa problemática. Se o problema tem relação direta com seu desempenho e é algo que se repete, alerta: a empresa sempre ficará atenta a isso.

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